Uma avenida irresistível

Na última sexta-feira depois de 8 meses um fenômeno da telenovela saiu do ar: Avenida Brasil deixou o horário das oito com sua missão de fazer alta audiência mais do que cumprida. Protagonizada por Débora Falabella ( magnífica como Nina), Murilo Benício ( um Tufão perfeito), Cauã Reymond ( que arrasou como Jorginho) e principalmente Adriana Esteves( em uma magistral atuação como Carminha), essa novela mudou a História da Teledramaturgia ao mostrar a ascenção da classe C, a decadência do amor romântico, a degradação dos valores morais, a luta por justiça e vingança de uma mulher marcada pelo destino. Nina e Carminha foram personagens quew misturaram desde Nelson Rodrigues a Dostóievski passando por várias novelas antigas: a estranha relação que elas estabeleceram foi a tônica de uma novela que, embora cheia de falhas no desenvolvimento do roteiro, hipnotizou o  público com um ritmo cinematográfico. A decadência familiar, a queda de prestígio da Zona Sul carioca, a ascensão da classe C, as dificuldades da vida de quem vive em um lixão, foram temas que atríram a atenção das pessoas. Com uma trama ágil, dinãmica, cheia de reviravoltas e surpresas Avenida Brasil fez com que o público se identificasse com a narrativa e os personagens e mostrasse que o que interessa, acima de tudo, é que uma história bem contada que envolva e emocione sem enrolação nem pieguice ou campanhas sociais fajutas. E o resto é enrolação.