Considerado um dos clássicos do cinema italiano dos anos 80, Cinema Paradiso dirigido pelo cineasta Giuseppe Tornatore narra a história do menino Tóto ( Salvatore Cascio criança, Marco Leonardi adolescente e Jacques Perin adulto) que sempre teve uma profunda ligação com o cinema. Como tinha uma infância difícil em casa com a relação com a mãe sempre prejudicada pela ausência do pai e pela pobreza, o menino Totó encontrou no projecionista Alfredo ( Philippe Noiret excelente) a figura paterna da qual sentia tanta falta.
O filme mostra a relação entre os dois personagens desde a infância de Totó até a partida dele para ganhar a vida na cidade grande e faz um excelente retrato dos afetos que marcaram a convivência deles e da maneira como isso compensou a carência que Totó sentiu durante a vida pela falta do pai e a complicada relação com a mãe.
Giuseppe Tornatore constrói com extrema sensibilidade e delicadeza a relação entre os dois personagens de maneira a envolver o espectador durante toda a duração do filme. A substituição da figura paterna ausente de Totó por Alfredo é o grande charme do filme, pois o tanto o menino quanto o velho projecionista são, no fundo, dois solitários carentes de amor e de se sentirem amparados emocionalmente.
O roteiro mostra esse processo de maneira muito interessante e prendendo o espectador à trama e valendo dos filmes antigos como metáfora para ilustrar isso.São esses elementos que possuem o principal motivo para rever sempre essa bela e emocionante homenagem ao cinema.
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