O filme Em Nome de Deus faz um retrato denso e intenso de um episódio chocante ocorrido nas Filipinas: o seqüestro de um grupo de turistas e uma freira, Thérése Bergoui (Isabelle Huppert), que vão ao país levar mantimentos. A narrativa acompanha os dramas desse grupo ao ser obrigado a caminhar por um longo trajeto até o topo das montanhas filipinas. A postura de Thérése ao negociar com os seqüestradores o tempo todo faz dela a líder do bando de prisioneiros que passa por situações complicadas onde suas vidas correm perigo.
O desenvolvimento dos dramas individuais e coletivos dos prisioneiros se ocorre de maneira a interligar os dois lados formando uma teia que abrange tanto o desespero de cada um por estar vivendo uma situação-limite quanto a luta pela sobrevivência que se torna cada vez mais difícil à medida em que a floresta passa a cercar cada vez mais os personagens. A evolução dessa situação tão intensamente dramática faz com que o espectador se torne praticamente um outro personagem do filme, pois a cada momento ele sente-se uma parte da história cada vez mais próxima dos personagens.
O grande mérito de Em Nome de Deus é essa capacidade que o roteiro tem de trazer o espectador para o drama mostrado de modo a ele sentir as dores e dificuldades dos personagens. Por esse motivo Em Nome de Deus é um filme interessante e empolgante. A cumplicidade alcançada pelo excelente roteiro, pelos personagens bem construídos e pela excelente narrativa faz com que o público vá ficando cada vez mais envolvido com o clima do filme e se torne praticamente um dos reféns.
Essa capacidade é um dos principais méritos desse filme altamente recomendável e que proporciona momentos emocionantes ao público do bom cinema.

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