terça-feira, 27 de julho de 2021

LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO

 Filho do consagrado escritor Érico Veríssimo, Luiz Fernando Veríssimo é um escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista de televisão, autor de teatro e romancista brasileiro. Já foi publicitário e revisor de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais de 80 livros publicados, é um dos  mais populares escritores brasileiros. É filho do também escritor Érico Veríssimo.

Nasceu em Porto Alegre mas viveu boa parte da infância e adolescência nos Estados Unidos com a família em função de compromissos profissionais assumidos por seu pai que era professor na Universidade da Califórnia em Berkeley e diretor cultural da União Pan-Americana em Washington D.C. Como consequência disso cursou o primário em São Francisco e Los Angeles e o secundário em  Washington.

Aos 14 anos produziu com a irmã Clarissa e um primo um jornal periódico com notícias da família que era pendurado no banheiro da casa e tinha o nome de  O Patentino como é conhecida a privada no Rio Grande do Sul.

No período em que viveu em Washington se apaixonou pelo jazz e estudou saxofone tendo assistido espetáculos de Charlie Parker e Drizzy Gillipsie.

De volta a Porto Alegre começou a trabalhar no departamento de arte da Editora Globo. A partir de 1960 passou a integrar o grupo musical Renato e seu Sexteto que se apresentava em bailes na capital gaúcha e era conhecido como " o maior sexteto do mundo" porque tinha 9 integrantes. 

De 1962 a 1966 morou no Rio de Janeiro onde trabalhou como tradutor e redator publicitário e conheceu e casou-se com Lúcia Helena Massa sua companheira até hoje e mãe de seus filhos Fernanda, Mariana e Pedro.

Nos anos 70 voltou para Porto Alegre onde trabalhou no jornal Zero Hora como revisor de textos. Depois passou a assinar seus próprios textos.

Em 1973 lançou seu primeiro livro O Popular que recebeu elogios do importante crítico literário Wilson Martins em O Estado de São Paulo.

Em 1975 voltou ao Zero Hora, onde permanece até hoje e passou a escrever no Jornal do Brasil.  Publicou seu primeiro livro A Grande  Mulher Nua e começou a desenhar As Cobras. Em seguida publicou seu quinto livro de crônicas Ed Mort e outras histórias pela editora LP&M  onde trabalhou por 20 anos.  Era uma sátira aos detetives de romances policiais clássicos imortalizados por Raymond Chandler e Dashiell Hammett.

Ao morar em Nova York por seis meses em 1981 escreveu o livro Traçando Nova York que foi o primeiro de 6 livros de viagem em parceria com o ilustrador Joaquim da Fonseca.

A popularidade chegou com o livro O Analista de Bagé que era um psicanalista de formação freudiana, mas com o sotaque, linguajar e costumes típicos da fronteira do Rio Grande do Sul. Outro trabalho importante foi a publicação de uma coluna na revista Veja.

Em 1983 ele criou um novo personagem A Velhinha de Taubaté que era a única que acreditava no governo, o que marcava a decadência do regime militar. 

Durante os anos 80 Luiz Fernando Veríssimo consolidou-se como um fenômeno de popularidade raro na literatura brasileira mantendo colunas semanais em vários jornais e lançando ao menos um por ano sempre nas listas de mais vendidos.

Em 1986 morou seis meses em Roma e cobriu a Copa do Mundo para a revista Playboy. Em 1988 sob encomenda da MPM Propaganda escreveu seu primeiro romance O Jardim do Diabo.

Em 1989 começou a escrever uma página dominical para O Estado de São Paulo que é mantida até hoje. Já em 1994 sua série A Comédia da Vida Privada se tornou um especial na Terça Nobre da Rede Globo de Televisão e depois virou uma série.

Outro prêmio importante foi em 1995 quando recebeu  o prêmio Homem de Ideias do Jornal do Brasil. Com uma carreira prolífica, vários sucessos na imprensa, literatura, teatro e televisão Luiz Fernando Veríssimo segue sendo um dos mais importantes escritores e jornalistas contemporâneos. Sua obra continua atraindo a atenção do público e se comunicando com o brasileiro. 

PRINCIPAIS OBRAS:

ED MORT

O ANALISTA DE BAGÉ


SEXO NA CABEÇA


PAI  NÃO ENTENDE NADA


O GIGOLÔ DAS PALAVRAS

AS MENTIRAS QUE OS HOMENS CONTAM


quinta-feira, 22 de julho de 2021

LYA LUFT

 A escritora  Lya Luft é gaúcha de 15 de setembro de 1938, nascida em Santa  Cruz do Sul, filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. Sua família tem origens germânicas das quais se orgulhava muito a ponto de se considerarem superiores aos brasileiros.

Lya desde a infância foi uma criança contestadora e desobediente que não gostava de aprender atividades consideradas tipicamente femininas, o que fez com que fosse mandada para um internato. Mas sempre foi uma leitora ávida que recitava Goethe e Schiller.

A partir de 1959 Lya passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e Letras pela PUC-RS. Passou a trabalhar então como tradutora de literatura alemã e inglesa, tendo traduzido Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Herman Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.

Em 1963 aos 25 anos Lya casou-se com Celso Pedro Luft, então um irmão marista, dezenove anos mais velho que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular para a qual ela chegou atrasada. O casal teve três filhos Susana, André e Eduardo.

De 1970 a 1982 atuou como titular de Linguística na Faculdade Porto-Alegrense e obteve grau de mestra em Linguística ( 1975) e em Literatura Brasileira ( 1978 pela UFRGS).

Em 1985 separou-se do marido para se casar com o psicanalista Hélio Pellegrino. Eles haviam sido apresentados pela escritora Nélida Piñon. Em 1988 após ficar viúva Lya voltou a viver com Celso Pedro Luft de quem ficou viúva em1995.

Sua carreira literária se iniciou quando Lya começou a escrever poemas que foram reunidos no livro Canção do Limiar ( 1964). Em 1972 lançou seu segundo livro Flauta Doce. Quatro anos depois escreveu uma série de contos que Pedro Paulo Sena Madureira, editor da Nova Fronteira considerou publicáveis. Em 1978 a autora lançou sua primeira coletânea de contos: Matéria do Cotidiano.

Foi dele que veio o conselho para Lya começar a escrever romances. Em 1980 ela lança, então, As Parceiras, sendo seguido por A asa esquerda do anjo.  Nessas obras a autora expõe sua visão da morte que foi influenciado por um acidente quase fatal que ela sofreu em 1979.

A carreira literária da autora seguiu com Reunião de Família ( 1982), e A Mulher no Palco e  O Quarto Fechado ambos em 1984. Em 1987 ela publicou Exílio  e em 1989 o livro de poemas O Lado Fatal. Um título importante é o livro de ensaios O Rio do Meio lançado em 1996 e considerado a melhor obra de ficção daquele ano.

Em 2001 a escritora recebeu o prêmio União Latina pela tradução da obra Lete: Arte e crítica do esquecimento. Já em 2013 ela recebeu o prêmio ABL na categoria Ficção,. Romance, Teatro e Conto pela obra O Tigre na Sombra.

No total já publicou 23 livros entre romances, crônicas, poemas, livros infantis e ensaios, que continuam sendo traduzidos em diversos idiomas.

 

PRINCIPAIS OBRAS;

AS PARCEIRAS

 

PERDAS E GANHOS

A SENTINELA

A ASA ESQUERDA DO ANJO

O TIGRE NA SOMBRA

 O QUARTO  FECHADO

 

terça-feira, 13 de julho de 2021

Erico Veríssimo

 Filho de uma família abastada Erico Veríssimo   nasceu em 17 de dezembro de 1905 era filho do farmacêutico Sebastião Veríssimo da Fonseca e da dona de casa Albegahy Lopes.  Tinha um irmão mais novo Ênio e uma irmã adotiva Maria.  Quando tinha quatro anos teve meningite e broncopneumonia e um tratamento salvou sua vida.

Durante sua infância estudou no Colégio Venâncio Aires em Cruz Alta onde foi um aluno comportado e quieto, frequentava o cinema e observava o pai trabalhando. Por volta dos dez anos criou a revista Caricatura na qual fazia desenhos e escrevia pequenas notas.

Aos 13 anos já lia Aluísio Azevedo, Joaquim Manuel de Macedo, Walter Scott, Emile Zola e Fiodor Dostoievski. Foi o primeiro aluno da turma no colégio. Com a separação dos pais ele, a mãe e os irmãos passaram a morar na casa dos avós maternos. Durante esse tempo ele transcrevia obras de  Euclides da Cunha e Machado de Assis, dentre outros escritores e tomou gosto pela música lírica. Em 1924 a família mudou-se para a capital gaúcha, mas devido às dificuldades financeiras retornou á Cruz Alta. Em 1926 Érico se tornou sócio de uma farmácia, mas ela faliu em 1930 deixando uma dívida que durou 17 anos. Além disso ele trabalhou como professor de literatura e língua inglesa.

Em 1927 ele conheceu sua futura esposa Mafalda  Halfen Volpe quando ela tinha 15 anos. Os dois ficaram noivos em 1929 quando Erico publicou o seu primeiro texto Chico: um conto de Natal  na revista mensal Cruz Alta em Revista. Em seguida seu amigo Manuelito de Ornelas enviou os contos Ladrão de Gado e Tragédia de um Homem Gordo á Revista do Globo. E o jornal Correio do Povo publicou o conto A Lâmpada Mágica.

 Em 1930 viu o pai pela última vez, pois ele lutou na Revolução de 1930 . Com a falência de sua farmácia, mudou-se para Porto Alegre para viver de seus escritos.  Lá foi contratado para ser secretário de redação da revista O Globo, e encontrava-se com os intelectuais da época no bar Antonello no centro da capital.

Em 1931 retorna a Cruz Alta  para se casar com Mafalda e morar em Porto Alegre. Os dois tiveram dois filhos Clarissa e Luiz Fernando. Para complementar o orçamento familiar começou a traduzir do inglês para o português. O primeiro deles foi O Sineiro de Edgar Wallace. Além disso passou a colaborar com os jornais Diário de Notícias e a Correio do Povo. Promovido a diretor da Revista do Globo em 1932 Erico começou a indicar livros estrangeiros para tradução e publicação. Ele também publica sua obra de estreia  Os Fantoches uma coletânea de contos em forma de peças de teatro. Mas um incêndio destruiu os livros que não foram bem de venda.

Em 1933 Erico Veríssimo traduziu o livro Contraponto do famosos autor Aldous Huxley e publicou seu primeiro romance  Clarissa, que vendeu 7  mil exemplares. Já seu romance seguinte Caminhos Cruzados chegou a ser considerado subversivo. 

Depois de publicar Música ao longe e Um lugar apo sol Erico publicou seu primeiro romance de repercussão internacional Olhai os lírios no campo. Já na editora Globo ele selecionou grandes nomes da literatura universal como Thomas Mann, Virginia Woolf, que foram traduzidos. 

Em 1940 depois do sucesso de Olhai os lírios no campo ele publicou Saga, que ele mesmo considerava seu pior romance.

Após mudar com a família para os Estados Unidos a convite do Departamento de Estado para ministrar aulas de literatura brasileira  Erico escreveu dois livros:  Gato preto em campo de neve e A volta do gato preto.

Foi a partir de1947 que ele escreveu sua obra-prima: O Tempo e o Vento com o objetivo de reunir 200 anos de História do Rio Grande do Sul inicialmente em um volume, ideia abandonada para se tornar três volumes: O Tempo e o Vento, Ana Terra e Um certo capitão Rodrigo.

Nos anos 50 ele prosseguiu contando a história dos membros da família Terra Cambará, voltou a residir nos Estados Unidos onde tentou escrever a última parte de O tempo e o vento sem sucesso. Publicou o romance O Senhor Embaixador sobre sua experiência no exterior,  Além disso recebeu o prêmio Jabuti pela autobiografia O Escritor diante do espelho.

Em Incidente em Antares traçou um apanhado da História do Brasil desde os primeiros tempos e investiu no fantástico com uma rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros na fictícia cidade de Antares 

Em 1973 publica o primeiro volume de Solo de Clarineta sua segunda e ampliada biografia. Em 28 de novembro de 1975 morre vítima de infarto. \No ano seguinte foi publicado o segundo volume de O solo de Clarineta.



PRINCIPAIS OBRAS:

O TEMPO E O VENTO


INCIDENTE EM ANTARES


CAMINHOS CRIZADOS

UM LUGAR AO SOL


terça-feira, 6 de julho de 2021

MARTHA MEDEIROS

 Nascida em Porto Alegre em 20 de agosto de 1961, Martha Medeiros é uma escritora e cronista gaúcha que alcançou reconhecimento nacional com os livros Divã, Doidas e Santas que já ultrapassaram i milhão de cópias vendidas.

Filha de José Bernardo Barreto de Medeiros e Isabel Mattos de Medeiros, estudou em um dos mais tradicionais coléos de Porto Alegre, o Nossa Senhora do Bom Conselho, no bairro  Moinhos de Vento.

Sua formação como leitora começou ainda criança, através dos livros que possuía em casa e a música popular brasileira que seus pais ouviam. Formou-se em Comunicação Social em 1982 na Pontifícia Universidade Católica. do Rio Grande do Sul ( PUCRS) em Porto Alegre. Trabalhou durante 14 anos como redatora publicitária nos último anos conciliando com a escrita de poesia.

Em 1982 a Editora Brasiliense lançou a Cantatas Literárias, que lançou Ana Cristina César, Caio Fernando Abreu  e Ana Cristina  César. A essa altura Martha já escrevia poesias como passa tempo, e só apenas quando passou a acompanhar a coleção que ela sentiu que o que escrevia podia ter algum valor literário. Martha datilografou alguns de seus poemas e enviou a Caio Graco Prado, que então era diretor e dono da editora. Ele respondeu em  carta manuscrita elogiando os poemas e prometendo que se comunicaria em breve.

Alguns meses depois Martha enviou mais poemas ao editor que dessa vez publicou em livro.  Seu primeiro título publicado foi Strip-Tease que saiu na Coleção Cantadas Literárias que ela lera alguns anos antes.

Em seguida ela enviou seus poemas para a editora L&PM que  inicialmente recusou. Com o lançamento de Strip-Tease eles voltaram atrás e contrataram Martha para lançar seu livro seguinte, Meia - Noite e um Quarto, que estreou em 1987 com apresentação de Caio Fernando Abreu. Esse lançamento deu início à uma longa parceria entre Martha Medeiros e a L& PM que seria a responsável pelo lançamento da maioria dos  seus livros.

Com o sucesso Martha  decidiu ser mais ousada e enviou poemas para que Millor Fernandes fizesse uma primeira leitura e ele não só gostou como ilustrou um deles em sua coluna no Jornal do Brasil. Isso beneficiou Martha que teve lançado seu terceiro livro de poesias Persona nos Grata.

Quando o marido recebeu proposta de trabalhar no Chile ela achou que seria uma ótima oportunidade de  dar um tempo na carreira . Ela aproveitou esse tempo para  escrever poesias e textos para si mesma. Ao receber a visita do amigo e jornalista Fernando Elchenberg, Martha mostrou para ele o que vinha escrevendo.

Ele a convenceu de que eram crônicas e que ele poderia publicá-las no jornal onde ele trabalhava o Zero Hora. Com isso a carreira de Martha deslanchou no Rio Grande do Sul. 

Sua virada na carreira aconteceu em 1997 quando lançou pela L&PM a coletânea de crônicas Topless que recebeu o prêmio açoriano na  categoria crônicas.

Em 2002 é lançado o romance responsável por sua projeção nacional Divã. Narra a história de Mercedes uma mulher de meia-idade casada com dois filhos que resolve fazer terapia. O livro que foi lançado pela editora Objetiva foi um grande sucesso de venda e crítica.

No ano seguinte com um público maior lança  Montanha Russa uma nova compilação de crônicas, que também recebe o Prêmio Açoriano de Literatura na categoria crônicas e fica em segundo lugar no Prêmio Jabuti na categoria Crônicas.

Em 2004 lança seu primeiro e até agora único livro infantil Esquisita como eu. Nesse ano também começa sua coluna semanal na Revista O Globo que publica até os dias de hoje. Em 2005 faz dois lançamentos Coisas da Vida de crônicas e o romance Selma e Sinatra.